Os caminhos que não tomamos continuam lá?
sobre a coragem de desistir e escolher por mim mesma.
Essa foi a pergunta que ficou na minha mente em um momento mágico do último domingo, onde por 15 minutos eu deitei em uma cadeira de sol, enquanto as crianças brincavam com o pai na piscina.
Olhei a minha vida ali, meus filhos, meu marido, onde moro, meu corpo, o país que vivo, o horizonte que eu enxergava dali, da minha própria casa, e me perguntei novamente:
“Os caminhos que não tomei continuam lá?“
A medida que o tempo passa e eu me afasto mais da vida que levava no Brasil, a vida antiga vai virando uma miragem. Não sei se imagino algo vivido ou inventado. Não sei é a imagem sem filhos que me recordo mais ou se dias de muito apoio e suporte que me vem mais a mente. Vidas com realidades tão distantes do que vivo hoje.
Dentro das muitas dificuldades que enfrentamos, tão diferentes das do passado, onde havia uma falsa segurança e estabilidade, muito conforto e mais “certeza” da vida, o cansaço e a exaustão da rotina atual me levam à saudades e reflexões.
“Por que decide reinventar todos os caminhos que já conhecia?”
“Por que decidi reconstruir 100% de tudo que havia conquistado?”
Nada, nada é igual. Só as antigas roupas que me trazem a lembrança de quem eu era, mas é tão distância que até me incomodo quando eu as visto.
E a já conhecida falsa imagem das redes sociais, onde parte da minha antiga vida ainda é retratada, com eventos sociais, festas, viagens, sucesso na carreira, me faz perguntar onde eu estaria dentro disso tudo isso se não tivesse ousado voar e viver algo novo.
Eu estaria ali construindo e vivendo novos sonhos? Que sonhos teriam a antiga versão de mim? O que eu teria conquistado, se tivesse só seguido o fluxo? Teria valido a pena? Em quem eu teria me transformado?
Olho de novo as crianças, a piscina, o marido, o céu azul. Sorrio. Gosto de estar nesse retrato.
Olho para mim, gosto do sentimento que tenho sobre essa nova pessoa que sou hoje e em quem ousei e ouso ser todos os dias em me tornar. Com alegrias, dores, cansaços, encantamentos, descobertas, medos, preguiça, excitação, tudo tão mais intenso e verdadeiro, um eu mais inteira, um eu mais eu.
Flora chorando pede colo, já tem fome e muito sono. Levanto, pego ela e vou finalizar o almoço que já preparei.
Ontem ouvi isso um dos podcast preferidos: “Muitas vezes para você conseguir algo novo, você vai ter que passar por uma etapa prévia que é desistir da anterior e essa etapa exige muita coragem. É um portal de se renovar. Um salto de coragem. “
Sim, foi sobre coragem. Sobre desistir e escolher.
A vida é realmente movimento.
Esse texto foi publicado em outubro de 2023, em uma versão reduzida. Resolvi trazer para cá, pois essa pergunta ainda me visita quando encontro algo que me lembra do que eu vivia e era. E ela veio, depois de eu gravar mais um vídeo do meu projeto chamado Livroterapia. Foi uma sessão sobre o livro Indomável, da Glennon Doyle.
Falando nisso, você conhece esse meu projeto? Leio trechos de livros que me impactaram e trago reflexões do que eu aprendi sobre mim e sobre a vida, através dos livros. Se você ainda não conhece, fica o convite.
E já que estamos falando desse livro, vou aproveitar e deixar alguns trechos, onde ela nos convida a destruição total para a construção do que se é novo, que para renascer, é preciso antes morrer. E traz uma frase de enorme impacto para mim e reflete esse meu texto:
“A nossa próxima vida custa essa vida”.
E foi isso que vivi. Destruí o que era suficientemente bom para construir algo mais verdadeiro. Quando sai do meu país, do corporativo e comecei a viver intensamente a minha maternidade, questionei tudo que havia alcançado. Examinei o que eu fazia, como fazia e porque fazia o que eu fazia. E ousei viver outros papeis que fui escolhendo a partir da minha verdade, do meu interior e desse novo mundo exterior que se reorganizou diante de mim. Criei algo novo. Eu jamais conseguia ser a mentora de outras mães e de saúde integral na minha vida anterior, muito menos me via escrevendo uma Newsletter.
É tudo bem assustador no começo mesmo, mas é com certeza essa é uma versão mais inteira de mim. Uma versão mais expandida.
Construo uma vida que é verdadeiramente minha vida, todos os dias.
Coragem é decidir por nós mesmos.
Vou transcrever uma parte do texto da Glennon Doyle que reli várias vezes, e até hoje quando leio, me impacta igualmente, por me identifique demais com meu processo dos últimos 3 anos:
“Sou um ser humano em perpétua transformação. Se estiver a viver com coragem, toda a minha vida se transformara num milhão de mortes e renascimentos. O meu objetivo não é me manter igual, mas viver de forma tal que cada dia, ano, momento, relação, conversa, e crise sejam materiais que uso para me tornar uma versão mais verdadeira e bela de mim mesma. O objetivo é abandonar constantemente quem acabei de ser há um minuto para me tornar quem devo ser no próximo momento. Não vou me apegar a uma única ideia, opinião, identidade, história ou relação existente q me impeça de voltar a emergir recriada. Até a última morte e ultimo renascimento. “
E fechando o texto com a pergunta que eu comecei: “Os caminhos que não tomei continuam lá?”
Não sei, só sei que meu eu de hoje não estaria mais neles.
Criei essa Newsletter para troca, acolhimento, reconhecimento, fortalecimento, crescimento, expansão e conexão entre mulheres.
Se tem vontade de me escrever, comentar, compartilhar, fique a vontade.
Se quiser me acompanhar em meus outros projetos, considere seguir a minha pagina no Instagram . Ficaria muito feliz de ter lá também. Obrigada.