Quem estabelece suas prioridade e escolhas?
Não é sobre viver tudo e fazer tudo. É sobe viver aquilo que importa.
Vivemos sempre consumidos pelas atividades das nossas obrigações, as tais tarefas sem fim do trabalho, casa e filhos. Tentando dar conta daquilo que um ser humano nem é capaz de cumprir.
Acreditamos que trabalhar horas intermináveis faz parte daquele que cresce na carreira. Existem pessoas que, quando chegam à exaustão e à sobrecarga, prometem trabalhar ainda mais, já que o esgotamento físico e mental virou quase uma medida de status.
Uma consequência “natural” de quem tem sucesso na carreira. Um preço que se paga e se aceita. E ainda se cria uma mensagem de que, se não estamos à beira de um burnout, é porque dá para fazer ainda mais.
Mas a gente se ilude achando que é falta de ser mais produtivo, que é possível; basta se esforçar ainda mais. E começamos a fazer várias coisas ao mesmo tempo, abandonando a presença e perdendo aquilo que é mais importante, porque aquilo que é mais importante não te dá dinheiro, bônus, prêmio e nem medalha.
Aquilo que é mais importante na vida não te espera; acontece bem ali ao seu lado. Com ou sem você, seus filhos crescem e as fases mudam. E o trabalho está ali sempre gritando: mais, mais e mais.
A verdade é que, se você listar tudo que “precisa” fazer contabilizando as horas necessárias para cada atividade, a conta não fecha. Experimente; é um bom exercício de alívio: ufa, não sou eu o problema. Mesmo dormindo pouco e sem dedicar nenhuma hora a cuidar de você ou ter tempo de qualidade com a sua família, a conta não fecha. E não é culpa sua, não é porque você não se dedicou o suficiente, ou porque não é resiliente e eficiente o bastante.
Eu já vivi esse caos quando meu filho nasceu. Fazia em média 10 reuniões por dia, enquanto ele engatinhava na minha frente. Havia uma pressão imensa pelo caos que todos viviam de medo e insegurança; era pandemia, eu estava em casa, mas não estava presente em nada que acontecia ali. E ele aprendeu a andar mesmo assim.
Muita coisa mudou de lá para cá. Os túneis escuros que a gente entra na vida também podem trazer nossas luzes. E no meio desse caos, aprendi muita coisa e resgatei coisas que já sabia. Naquele cenário, eu só fazia, fazia, fazia, como se meu esforço fosse salvar o mundo; mas eu não salvava ninguém, nem o meu mundo, nem a mim mesma.
Depois de mais de 10 anos no corporativo, a cada vez que eu crescia na minha carreira, aprendia novas coisas: nem todo e-mail precisa ser respondido, nem toda reunião da minha agenda exige a minha presença, nem toda tarefa solicitada a mim eu deveria aceitar sem questionar, nem tudo deve ser feito do meu jeito.
Nem tudo que eu fazia, eu ia continuar fazendo e, por isso, delegaria com alegria; não preciso fazer tudo sozinha, nem sempre as coisas serão perfeitas, nem tudo é urgente e importante, nem sempre estarei disponível, ninguém vai pedir para fazer menos e nem todo mundo vai gostar de mim. E foi assim que nunca cheguei ao já tão conhecido burnout.
São alguns aprendizados da vida profissional que eu uso até hoje e também ajudo pessoas a ampliarem a consciência sobre quem define suas prioridades, seus limites e onde colocar o seu melhor. E quem estará na sua vida é você.
"Se não estabelecermos prioridades e escolhas, alguém fará isso por nós." — Greg McKeown
Lembro de uma cliente que tinha acabado de virar CEO, dizendo: “Como vou ser CEO de uma empresa se mal consigo fazer a gestão da minha casa e estar com os meus filhos?” E eu disse a ela: “Você pode ser tudo que você quiser, mas não ao mesmo tempo.” Ajustamos os limites da sua agenda, organizamos um novo formato para que a rotina de trabalho funcionasse a seu favor durante o dia e nos dias da semana, bloqueamos os momentos importantes que ela queria passar com os filhos para ser a mãe que ela queria ser. Incluímos na agenda outras partes essenciais da vida, como a vida social, dormir, se alimentar bem e fazer uma atividade física.
Com a criação de suas regras e seus limites, ela passou a viver o que desejava tanto no trabalho quanto na família, sem deixar de cuidar da sua saúde e do seu bem-estar (já que não dá para ser tudo para todos, e não temos nada a dar, pois vivemos esgotadas). Abrimos o olhar para escolher fazer as coisas certas, que muitas vezes é até fazer menos, porém melhor.
Eu sei, encontrar equilíbrio entre pessoal e profissional parece impossível; não é fácil fazer escolhas na vida corrida. Mas acredite: é possível quando você tem clareza de onde quer estar na sua vida e age de forma intencional. Aprender a definir prioridades e reorganizar a vida com limites e com seus inegociáveis em todas as áreas em que quer colocar atenção.
Onde você quer investir o seu tempo e a sua energia?
Quando se decide ser fiel aos seus interesses e valores, suas escolhas se tornam mais conscientes das coisas certas em que deseja estar presente. Assim, se constrói uma vida autêntica, onde se abre mão de coisas mais ou menos para escolher momentos extraordinários que te fazem feliz. Para ser mais quem você quer ser, e não a sua lista de tarefas, e ter orgulho da vida que escolheu criar.
Felicidade é o que você faz e onde você gasta seu tempo.
Quando a gente se torna responsável por criar a própria vida e ajusta de forma harmônica tudo o que quer viver e todos os nossos papéis, em cada fase da vida, tudo é possível.
Não é sobre ter tudo e fazer tudo. É sobre viver aquilo que realmente importa.
"O principal é manter o principal como principal." — Stephen R. Covey
Texto que saiu no Linkedin no inicio do mês, onde trouxe essa reflexão sobre onde foi parar nosso tempo e nossa energia, trazendo como o excesso de compromissos nos consome e nos afasta do que realmente importa.
Gosto de compartilhar relatos da minha vida e estratégias que uso — e ensino no meu trabalho — para definir limites e prioridades que promovam uma vida mais autêntica, leve, saudável e consciente. Para nos tornarmos os arquitetos responsáveis de nossa própria vida.
E se sentir que posso estar no seu processo de reconstruir a vida que deseja viver , vem conversar comigo e conheça o meu projeto no meu site.
Você conhece o conceito do Essencialismo? Veja minha página no Instagram e conheça meu projeto chamado Livroterapia. Há 5 vídeos que podem ser um bom começo para olhar a vida de uma nova forma.
Muito obrigada por estar aqui.
Marina Rondon