A vida é cheia de coisas que só acontecem uma vez...
E de pequenas coisas diárias, e sinto que são essas que vão deixar saudade.
“Mããeeee…”
Aquele grito me despertou no meio da madrugada... como quase toda a noite.
Dessa vez, era ela.
Eu tinha acabado de voltar a dormir. Meu filho me chamou 1h antes. Fui até ele e o cobri. Toda a noite é assim: a coberta cai, ele chama, eu entro no quarto em silêncio, no escuro. Arrumo-o na cama. Quase sempre ele está caindo, e eu o cubro, passo a mão no rostinho e faço um carinho... e saio. Nenhuma palavra, nenhuma luz.
Voltei para a cama. A minha porta, que está sempre aberta para ouvir as crianças, me traz o som dos cachorros roncando na sala. Meu marido nunca quis uma casa assim. Ele preferia uma casa com uma organização mais estruturada, onde as áreas sociais e privativas estivessem separadas. Mas não foi essa casa que me apaixonei, foi essa, onde está tudo junto, misturado. Um pouco como a gente é.
Você e seu marido também desalinham os desejos sobre a casa?
E como já viram... aqui, também, mas alguém, com o título de arquiteta, teve mais influência. Rs.
E assim, no meu sonho foi alcançado: todos os quartos abrem para a sala. E da sala vem a luz do supermercado que está do outro lado da rua, mas é tão forte que atravessa toda a minha casa e ilumina o meu quarto…
Se meu marido reclama? Ele nem vê a luz, nem os cães... e muitas vezes nem a criança gritando. Rs.
Então, no meio da madrugada, onde as crianças perturbam meu sono, também tenho que lidar com a luz e com os barulhos das patinhas e dos roncos dos cães. Tento dormir, sem poder reclamar, já que fui eu quem escolheu estar ali.
Pensando... como viver nossos sonhos também tem seus desconfortos. Nem tudo é perfeito, nem lá.
Bom... a Flora continua a gritar. Sacudo o Doca, que nem tinha ouvido nada até então, e peço para ele ir e trazê-la para mim. Sei que era minha noite, a gente se revezava: cada noite um adulto é o responsável pelos chamados das crianças, para equilibrar as exaustões e poupar quem vai acordar cedo para treinar.
Mas ele vai... lentamente... e eu, já nervosa, quase vou... com medo de a Flora acordar o Bento com os berros que, cada vez mais, ficam mais altos. Ele finalmente acelera.
Escuto que ele ainda argumenta com ela. Ele não gosta de trazê-la para nossa cama, acha que todo mundo dorme mal e tenta convencê-la a ficar. Eu nunca tento. No final, ele a traz. Ela sempre ganha.
Ele me entrega e ela se encaixa em mim. Abraço-a forte… ela não diz nada. Deve ter sido um acordo com o pai para poder vir: “Silêncio, é para chegar e dormir.” Ela coloca a cabeça no meu braço, eu me viro de lado, tipo conchinha, sinto o cheirinho da cabeça dela e dou-lhe um beijo... Amo estar com ela assim... até começar a odiar que meu braço começa a ficar dormente... rs.
Sinto a respiração dela mais profunda, ela dormiu. Mudo-a de lado e começo a minha estratégia de como tirar o braço sem acordá-la, ainda deixando espaço para eu dormir na minha própria cama, no meu quarto iluminado, barulhento e agora super ocupado.
Consigo. O despertador toca. Me dou um tempo de "soneca", uns minutinhos como se fosse fazer qualquer diferença. Como já sei que não vou dormir mais, me enrolo nela de novo... E penso: quantas vezes ela ainda vai vir para a minha cama? Dou mais um beijo... me levanto e penso: “Que seja ainda muitas vezes.”
E essa foi mais uma noite igual entre muitas.
A vida materna está cheia de coisas que só acontecem uma vez... e de pequenas coisas que acontecem todos os dias.
A gente já sabe que vai passar um dia, aquilo que era tão cansativo.
São detalhes, rotinas repetidas, que se tornam especiais como se fosse a primeira vez... E sinto que são dessas que vou sentir mais saudades….logo ali no futuro.
Imagino que também seja mãe por aqui.
Você também já teve aqueles momentos em que para, pensa e se pergunta: “Pelo amor de Deus, quando essa fase vai passar?" E segundos depois: “Ai... vou morrer de saudades.”
Eu penso em cada experiência única que vivo com eles: os perrengues, os olhares, os risos, a vozinha que eles usam tanto... As palavras, melhor, as palavras que eles falam erradas... Cada sentimento: alegrias, tristezas, angústias... a primeira amizade, a primeira decepção, a primeira vez sozinho em uma festinha, a primeira noite dormindo na casa dos avós... Novos medos, novas habilidades, novos desafios, novas paixões e descobertas. Uma visão de mundo que se transforma a cada fase deles e minha. A cada nova idade, ele é um novo filho, e eu me torno uma nova mãe.
Quando eu, arquiteta, inventei de escrever e criei essa newsletter, foi pensando em ter um espaço para apoio, fala e encontro com outras mães. Onde pudéssemos compartilhar tudo o que estávamos vivendo, nos reconhecermos, nos fortalecermos e crescermos juntas.
Acabei trazendo para cá todas as minhas reflexões e trocamos pouco. Gostaria muito de conversar mais aqui e a partir de agora vou mandar mais e-mails para gente poder se conhecer mais. O que acha?
Eu e meu trabalho evoluímos muito através da maternidade e das trocas com outras mães que tive o privilégio de acompanhar, em suas despedidas e recomeços, em suas novas vidas, agora expandidas, com suas novas versões. Elas ocuparam seus novos espaços e papéis, assumindo e honrando lindamente essa transformação com muito cuidado, para que fosse ser leve e gentil.
Aqui, como nesses encontros de mentoria, a proposta é ser uma pausa – entre a rotina louca de casa, filhos e trabalho – onde esquecemos de parar para refletir, bater papo, colocar mais presença para viver mais o que estamos experimentando. Ou ousar fazer diferente.
Um convite para cuidarmos mais de nós, dos nossos e dos nossos projetos de vida.
Agora, me conta, quantos filhos você tem? Quais são as idades? Em que fase da vida vocês estão?
Quais são aquelas coisas do dia a dia que, apesar de desafiadoras, você sabe que vai sentir falta?
Adoraria saber mais sobre você e também o que você conhece sobre mim.
Me escreva respondendo esse e-mail. Vamos trocar mais ideias!
Queria mesmo te conhecer mais.
Um grande beijo,
Marina Rondon
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Com carinho,
Marina Rondon
Mentora Materna | Criadora do Método Rondon - Arquitetura de Vida Saudável
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Contine lendo e explorando outras edições:
A news número 01! A mais linda até hoje:
Sobre mim
Lembro exatamente o dia que postei essa foto. Eu era um misto de quem era e de quem eu estava me tornando, postei e depois tive vergonha
E a recente das mais animadas:
Quem sou depois desse filho?
A chegada de um filho gera um tsunami em nós. Em todos os sentidos. Não é só a rotina que não é mais feita pensando somente em nós, mas o corpo tem novas marcas e formatos. A nossa mente tem novos desafios de memória e foco. As urgências e prioridades ganham outra ordem.
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